-->Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?
-->O amor romântico é como um traje, que, como não é eterno, dura tanto quanto dura; e, em breve, sob a veste do ideal que formámos, que se esfacela, surge o corpo real da pessoa humana, em que o vestimos. O amor romântico, portanto, é um caminho de desilusão. Só o não é quando a desilusão, aceite desde o príncipio, decide variar de ideal constantemente, tecer constantemente, nas oficinas da alma, novos trajes, com que constantemente se renove o aspecto da criatura, por eles vestida.
-->Porque quem ama nunca sabe o que ama Nem sabe porque ama, nem o que é amar Amar é a eterna inocência, E a única inocência, não pensar...
-->O amor, quando se revela, Não se sabe revelar. Sabe bem olhar p'ra ela, Mas não lhe sabe falar.
Quem quer dizer o que sente Não sabe o que há de *dizer. Fala: parece que mente Cala: parece esquecer
Ah, mas se ela adivinhasse, Se pudesse ouvir o olhar, E se um olhar lhe bastasse Pr'a saber que a estão a amar!
Mas quem sente muito, cala; Quem quer dizer quanto sente Fica sem alma nem fala, Fica só, inteiramente!
Mas se isto puder contar-lhe O que não lhe ouso contar, Já não terei que falar-lhe Porque lhe estou a falar..
-->Amar é cansar-se de estar só: é uma covardia portanto, e uma traição a nós próprios (importa soberanamente que não amemos).
-->Enquanto não superarmos a ânsia do amor sem limites, não podemos crescer emocionalmente.
Enquanto não atravessarmos a dor de nossa própria solidão, continuaremos a nos buscar em outras metades. Para viver a dois, antes, é necessário ser um.
-->Eu amo tudo o que foi Tudo o que já não é A dor que já não me dói A antiga e errônea fé O ontem que a dor deixou O que deixou alegria Só porque foi, e voou E hoje é já outro dia.
-->Ser feliz é encontrar força no perdão, esperanças nas batalhas, segurança no palco do medo, amor nos desencontros. É agradecer a Deus a cada minuto pelo milagre da vida.
--> Dorme sobre meu seio, Sem mágoa nem amor... No teu olhar eu leio O íntimo torpor De quem conhece o nada-ser De vida e gozo e dor.
-->O poeta é um fingidor. Finge tão completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente.